Ele parece ter uma atitude do tipo: eu arrasou no mundo; tudo o que precisa fazer é sentar ao lado de alguém e oferecer um coquetel chique.
Ele é esse tipo de cara.
Eu não sou.
‒ — Quer uma bebida?‒— Ele quebra o silêncio. Sua voz é aveludada e, ao mesmo tempo, me diz que ele fuma. ‒
—Eu me lembro do seu rosto.
‒ — Eu também lembro do seu. — Respondo.
‒ Talvez o álcool refresque nossas memórias. ‒ Comenta e dá um sinal ao garçom. Alguns segundos depois, uma bandeja de metal com doses de vodka escorrendo rosa e roxo é colocada na nossa frente.
Começamos a beber e tento colocá-lo em diferentes períodos da minha vida. Não é fácil, pois já estou muito bêbado e tudo se mistura em minha mente.
‒ — Qual o seu nome? — Ele me pergunta finalmente.
E aqui estamos, nos apresentando um ao outro como dois estranhos totalmente independentes.
Dói estranhamente, como se eu já o tivesse perdido uma vez, e agora o encontrei novamente.
Apenas para perdê-lo novamente, e esquecê-lo.
‒ — Eu sou Lance. —Digo.
Suas íris brilham instantaneamente com reconhecimento. Ao mesmo tempo, como se estivéssemos conectados por alguma corrente elétrica, também me lembro dele.
Clique aqui se desejá!
Nenhum comentário:
Postar um comentário