A hora da estrela, romance final consumado de Clarice Lispector, pode muito bem ser sua obra-prima.
Narrado pelo cosmopolita Rodrigo SM, este conto breve, estranho e assombroso é a história de Macabéa, um dos infelizes da vida.
Morando nas favelas do Rio de Janeiro e ganhando a vida pobre como datilógrafa, Macabéa adora cinema, Coca-Cola e seu namorado rato; ela gostaria de ser como Marilyn Monroe, mas ela é feia, mal alimentada, doente e mal amada.
Rodrigo recua diante de sua miséria, mas não pode deixar de perceber que, apesar de toda sua miséria exterior, Macabéa é interiormente livre.
Ela não parece saber o quão infeliz ela deveria ser.
Lispector emprega sua patética heroína contra seu narrador urbano e vazio – beira do desespero à beira do desespero – e, trabalhando-os como uma tesoura, ela corta as noções pré concebidas do leitor sobre pobreza, identidade, amor e a arte da ficção.
Em seu último romance, ela aproxima os leitores do verdadeiro mistério da vida e nos deixa profundamente no território de Lispector.
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